Chuva, frio, corpo e alma

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Alivio-me a dor com o frio,
Purifico-me o corpo com a chuva.
É algo singular, é algo único o que a chuva causa em mim,
O que o frio me faz sentir.

A sensação de estar quebrando todas a correntes,
De estar livre de quaisquer conturbações por alguns instantes.
Instantes que, dentro de mim, explodem em eternidade.
Eternidade que dura o bastante para me manter viva.

O frio e a chuva são o corpo e a alma de quem eu mais quero,
São o abraço e a presença dele sobre mim.
Um momento vivaz como um sonho,
Que quando acaba, só me deixa a dura realidade de ser quem eu sou.
Deixando apenas rastros por aí:
No chão onde piso, nas tímidas folhas das árvores,
Na minha pele, na minha roupa,
Na minha alma.

Minha alma, ainda úmida, clamando por mais deste antídoto libertador que me cai dos céus.
Meu corpo morno, clamando pelo frio que me mantém viva,
Que me envolve, que me faz lembrar aquele que eu amo,
Que me permite encarar a vida como nunca antes.
Frio e chuva não são apenas algo físico.
Somente eles que me levam até lugares onde eu nunca estive.








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Licença Creative Commons
O trabalho Chuva, frio, corpo e alma de Manoelle D'França está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição Não Comercial Sem Derivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível no blog Maphago.
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· 08/04/2011 ·